Dos bons tempos de dancinha em dupla, sorridentes em comemoração na inauguração do Camarote 311, no estádio Mané Garrincha, parece ter ficado apenas mágoa entre os ex-sócios Allan Lucena e Jair Renan Bolsonaro. O personal trainer, e ex-assessor do filho 04 de Jair Bolsonaro, reagiu de forma irônica à entrevista do antigo parceiro, que é atualmente investigado por tráfico de influência no governo, logo após ele ter prestado depoimento à Polícia Federal.
“Rapaz, que entrevista vergonhosa”, declarou Allan Lucena ao site Congresso em Foco, através de sua conta pessoal no Instagram, sobre a entrevista concedida por Jair Renan Bolsonaro ao lado do advogado Frederico Wassef ao canal SBT. “Ele não tem nenhuma inteligência emocional para responder a perguntas simples. A única coisa que contradigo ali é o fato dele dizer que somos amigos.”
Lucena diz que a amizade entre ele e Jair Renan acabou dois meses depois da inauguração do Camarote 311, que abriu suas portas no dia 10 de outubro de 2020.
“Isso (amigos) não somos desde dezembro de 2020. Amigo não vira as costas para outro amigo. Eu jamais deixaria uma amigo passar por tribulações sozinho”, desabafa o personal trainer, que diz que não houve briga ou desentendimento entre os dois. “Eu poderia enumerar aqui (as tribulações), mas são de ordem pessoal e emocional. Ou você acha que ser julgado, ridicularizado em rede nacional é agradável?”
Allan Lucena, porém, afirma que não foi sócio de Jair Renan e que a relação era apenas de assessoria, apesar de as logomarcas dos empreendimentos Mob Fit e JB, de Allan e Renan respectivamente, ocuparem, lado a lado, a parede do Camarote 311. O camarote, parte do estádio de futebol de Brasília, é onde Jair Renan instalou sua empresa de eventos.
Ao falar sobre o carro doado pelo grupo WK ao filho do presidente Jair Bolsonaro, um dos objetos de investigação da Polícia Federal, Lucena afirma sobre a versão do filho do presidente: “Não é bem assim”. O grupo WK é uma empresa de créditos imobiliários e consórcios, do empresário Wellington Leite, que, junto com a Gramazini Granitos e Mármores Tomazini, teria supostamente doado um automóvel elétrico para Jair Renan avaliado em R$ 90 mil.
“O que ele falou (na entrevista) está correto, em parte. O carro foi doado para uma instituição sem fins lucrativos, e não para mim. E sim, o carro esteve sempre comigo, pois eu sou o responsável pela instituição. O veículo foi usado especificamente para essa instituição. Foi devolvido ao doador a pedido dele, contra a minha vontade”, explica. Segundo Lucena, o carro foi doado para o projeto Mob Fit. “Como eu disse, em parte, porque doar um carro para o meu CPF e para um CNPJ sem fins lucrativos tem muita diferença. Mas o Renan não sabia desses detalhes, porque de fato, ele não tinha relação com isso.”
De acordo com Lucena, ele não teve participação na reunião na qual supostamente um assessor da Presidência teria pedido a doação do veículo elétrico para Jair Renan Bolsonaro. Em seguida, o personal trainer se contradisse e confirmou que esteve no encontro, como convidado.
“Eu não tenho responsabilidade sobre isso! Não posso comentar porque não sei o motivo dessa reunião”, diz ele. Lucena, então, acrescenta mais um personagem à história: Joel Novaes da Fonseca, assessor da Presidência, que teria sido quem marcou a reunião. “Então seria crime se o Joel, que marcou a reunião, tivesse ganhado o carro. Certo?”. Lucena não explicou por que fez essa referência.
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