terça-feira, 15 de outubro de 2024

Governo Lula faz história a realiza a maior operação de repatriação do mundo

 


Quando atingiu 26 mil pés (7.924 metros) ao se aproximar do aeroporto de Beirute no domingo (13), o KC30 da FAB (Força Aérea Brasileira) perdeu o GPS. Desde que o conflito na Faixa de Gaza e no Líbano se acirrou, o Exército de Israel começou a bloquear os sinais de localização via satélite para barrar possíveis mísseis teleguiados da milícia Hezbollah.

O copiloto, o capitão Lucas Braga, e o piloto, o major Willian Matos, passaram a voar usando apenas instruções da torre de controle e outras informações alternativas. Preparando-se para pousar em um aeroporto onde frequentemente há bombardeios nas proximidades, a equipe da FAB já havia desligado todas as luzes para “camuflar” a aeronave. E traziam bastante combustível extra, para o caso de precisarem desviar de rota e pousar em outro local, como a Turquia ou a Itália.


“Precisamos ter atenção redobrada para detectar uma situação de insegurança, como mísseis ou bombas. (…) É preciso pensar em como mitigar, em decolar e sair pelo mar o mais rápido possível, caso necessário”, diz Matos.

Em voos anteriores, os pilotos viram e ouviram explosões a cerca de 500 metros do aeroporto, que fica a cerca de dois quilômetros de Dahiyeh. O subúrbio ao sul de Beirute é o bastião do Hezbollah e vem sendo bombardeado sistematicamente por Israel.

A FAB vem buscar uma encomenda preciosa —centenas de brasileiros que vivem no Líbano e estão fugindo do país por causa de uma guerra que matou 1.600 pessoas em solo libanês só nas últimas três semanas. Entre os mortos nos bombardeios estão dois adolescentes brasileiros.

A operação Cedro do Líbano havia resgatado 1.105 brasileiros até esta segunda-feira (14), quando chegou ao Brasil o quinto voo de repatriação, com 220 pessoas. A Folha acompanhou a operação no avião da FAB.

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